O PARAISO É AQUI......

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segunda-feira, 12 de julho de 2010

O LIMITE DO DESEJO



Um imperador, conhecido pela sua arrogância e pelo fato de só fazer o bem quando isso lhe trazia bons dividendos políticos, resolveu dar uma volta pela capital do reino.
- Vamos mostrar ao povo que eu sou um homem bom - disse aos nobres que o acompanhavam.
Caminharam por ruas da cidade, seguidos pela mutidão que sempre se juntava ao redor da comitiva, até que encontraram um mendigo.
- Do que precisa, pobre homem? - perguntou o imperador.
O mendigo rui:
Vossa Alteza me faz essa pergunta, como se pudesse satisfazer qualquer coisa!
Irritado, o imperador repetiu:
- O que você quer? Claro que eu posso satisfazer qualquer desejo seu, já que você não deve ter sido um homem muito ambicioso nesta vida!
- Na verdade, o meu desejo é bem simples. Está vendo esta bolsa vazia que carrego comigo? Pois gostaria que colocasse alguma coisa aí dentro.
- Claro! - disse o soberano.
E virando para o seu conselheiro, pediu que enchesse a pequena bolsa de moedas. Escutou-se de novo o murmúrio da mutidão, louvando a Deus por ter colocado um homem tão generoso no comando do país.
O conselheiro pegou o dinheiro que tinha consigo e colocou na pequena bolsa, mas ela parecia continuar vazia. Surpreso, o imperador pediu ajuda aos nobres que acompanhavam, mas, mesmo depois de toda a comitiva ter esvaziado seus bolsos e sacolas, a bolsa não dava sinais de encher.
A história correu pelas praças e ruas das redondezas, e a multidão aumentou cada vez mais. Agora era o prestígio do imperador que estava em jogo, e ele se virou para o ministro:
- Se precisar colocar todo o meu reino aí dentro, farei isso, mas não posso ser humilhado por um mendigo.
O ministro foi até o palácio, trouxe diamantes, pérolas e esmeraldas, mas a bolsa não enchia. Tudo o que era ali colocado parecia desaparecer num passe de mágica.
A essa altura, praticamente toda a cidade acompanhava a cena, mas não se escutava um só ruído. Todos pareciam hipnotizados pelo que estava acontecendo.
Finalmente, quando a primeira estrela apareceu, o soberano ajoelhou-se diante do mendigo e admitiu sua derrota.
- Vim aqui tentar convencer os outros de que sou um homem generoso, e terminei sendo convencido de que não tenho nenhum poder. Peço perdão pela minha arrogância, mas também peço que me abençoes, porque és um homem santo, capaz de milagres.
O mendigo colocou as mãos na cabeça do homem ajoelhado e o abençoou:
- Basta um grão de amor para que o coração fique repleto. Entretanto, nem toda riqueza do mundo pode encher de alegria um coração com fome de amor.
O imperador levantou-se e, antes de retornar ao palácio, perguntou ao mendigo:
- É esse o segredo da tua bolsa?
- Não. Minha bolsa é feita do desejo humano: por mais que tenha, sempre quer ter mais, e por isso permanece vazia. (PAULO COELHO)

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Particularmente, gosto de quem tem compromisso com a alegria, que procura relativizar as chatices diárias e se concentrar no que importa pra valer, e assim alivia o seu cotidiano e não atormenta o dos outros. Mas não estando alegre, é possível ser feliz também. Não estando "realizado", também. Estando triste, felicíssimo igual. Porque felicidade é calma. Consciência. Felicidade é ter talento para aturar, é divertir-se com o imprevisto, tranformar as zebras em piadas, assombrar-se positivamente consigo próprio: como é que eu me meti nessa, como é que foi acontecer comigo? Pois é, são os efeitos colaterais de se estar vivo. (Martha Medeiros)